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A QUESTÃO DA DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO
Raimundo Rodrigues Pereira, domingo, 15 de agosto de 2010
A QUESTÃO DA DEMOCRATIZAÇÃO DOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO

No debate da democratização dos meios de comunicação, essencial para que os movimentos populares tenham uma posição comum na Conferência Nacional sobre o tema, programada para dezembro, muita gente se perde em aspectos parciais do problema. É certo que os meios de comunicação tiveram um desenvolvimento extraordinário nas últimas décadas e que expressivas camadas da população, em muitos países, se beneficiaram desses avanços.


Num suplemento especial (Among the audience, de 20 de abril de 2006), a revista inglesa  The Economist, publicou uma pesquisa do Pew Internet Review & American Life Project que mostrava que 57% dos adolescentes americanos já criavam conteúdo de texto, música e vídeo para a internet.  Fatos como esse levam muitos a acreditar que está em curso um processo de democratização amplo das comunicações. No caso, não é mais a indústria cultural despejando conteúdos sobre o povo. É o povo que cria seus próprios conteúdos e os despeja na rede global.


De fato, esse fenômeno existe, tem diversos aspectos positivos, mas está muito longe de caracterizar um processo de democratização das comunicações que atenda aos interesses das classes e camadas populares.  O processo de democratização em curso no País é contraditório, inclui interesses conflitantes, que não podem ser ignorados. Não se pode falar de um processo de democratização em geral, de interesse de todos. Até o momento – meados de agosto – o governo, que  convocou a Conferência, busca transformá-la num forum com a participação de todos.  Para atrair o setor empresarial lhe garantiu  um terço dos delegados e aceitou discutir um sistema de votação especial, que exigiria 60% dos votos para aprovação de qualquer proposta. Mas, como se sabe, nem o setor empresarial é um bloco de interesses homogêneos, porque o sistema de comunicações do País é muito oligopolizado e as pequenas e médias empresas tem pouca ou nenhuma expressão política na definição de  seu rumo.


Os grandes aparatos de comunicação – como a Globo, a Folha de S. Paulo, a Editora Abril, O Estado de S. Paulo - são estruturas com enormes recursos humanos e materiais, com profundos vínculos com o grande capital, com uma capacidade de intervenção que não se pode comparar à das pequenas e médias empresas e, muito menos, com o blogueiro isolado que resolve expor também as suas idéias e informações pela internet. A própria internet, no caso, ainda tem sua estrutura básica de computação – os computadores gigantes que servem como núcleos da rede – sob controle do governo americano.


A possibilidade de construir uma comunicação nova, popular, portanto, não pode estar dissociada da luta para construir um novo tipo de sociedade, de estruturas mais democráticas. Um jornal é peça essencial nesse movimento. Um jornal é um “organizador coletivo”, como se dizia antigamente. É uma definição que pode ser utilizada para caaaracterizar o papel de um jornal em geral. Todo jornal, de alguma forma é um organizador coletivo, na medida em que ajuda a organizar as idéias dos seus leitores. Mas, evidentemente, há diversos tipos de jornal. Um jornal de partido, tipo bolchevique, assim como é diferente de um jornal burguês tradicional, como A Folha, O Estado e o The New York Times também não é o mesmo que um jornal popular de uma frente de movimentos populares formada por partidos diversos. Um jornal de frente popular deve tratar dos acontecimentos mais relevantes da vida social, em todos os seus aspectos – políticos, econômicos, culturais - deve partir dos fatos do dia a dia tais como eles são, da forma mais objetiva possível. E nesse sentido se aproxima do jornal burguês tradicional. Mas tem outro objetivo, o de elevar o nível de consciência política, organização e mobilização popular, com vistas a construir um sistema político novo no País. Assim distingue-se dos jornais burgueses, que tem também uma orientação política, que é a de manter o status quo e outro objetivo, ganhar dinheiro no sistema atual.


A Conferência Nacional é a ocasião para o lançamento de um movimento amplo pela imprensa popular. A internet é indispensável. Mas, a meu ver, o movimento pela comunicação popular deve definir como objetivo, a médio prazo, a elaboração de um programa para a construção de um jornal diário nacional de frente popular com uma redação forte, com recursos, com qualidade cultural e política, sustentado pela venda de assinaturas e de bancas, apoiado num poderoso site na internet e num trabalho de mobilização de todas as pessoas de boa vontade que queiram saber no dia a dia o que se passa de relevante o Brasil e no mundo.



Por Raimundo Rodrigues Pereira, editor da Revista Retrato do Brasil, especial para e rede social Ponto por Ponto.


 


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